Crer ou não na vida eterna?


Autor: Prof. Edvan Sena

Postado em 21 de abril de 2020


A crença na vida eterna representa uma grande movimentação de atividades e de pessoas religiosas no mundo inteiro. Há novas instituições religiosas surgindo, em contrapartida de outras, que já existem a muito tempo, enquanto nasce e se desenvolvem argumentos contra elas. Em razão do mal exemplo dos crentes, do envolvimento demasiado com as preocupações do mundo e da falta de sensibilidade em perceber a existência de Deus, a descrença na vida eterna e nas instituições que a propagam, tornou-se constante e efetiva na vida de muitos.

A infidelidade daqueles que dizem crer na vida eterna e na doutrina que é ensinada sobre ela, transmitindo, assim, a fé em Deus, contraria o teor vivencial dessa fé, na visão daqueles que não fazem parte da instituição religiosa. Toda instituição religiosa possui sua doutrina, e a ensina para que seus adeptos possam crer que, dependendo da natureza ética dessa religião, possam ser salvas. Contudo, não basta apenas crer, é preciso que além da crença na doutrina haja também, a fé verdadeira, para que o exemplo da vivência dela possa defini-los como verdadeiros cristãos. Pois a procura das pessoas pela igreja possui uma finalidade, que se sustenta na busca da própria salvação, mas para isso, é preciso ir além do que simplesmente ser um frequentador de celebrações, reuniões e encontros religiosos.

Na vida da maioria das pessoas, há muitas preocupações com determinadas áreas de suas vidas, o que faz elas esquecerem de si mesmas, no sentido espiritual e religioso. As maiores preocupações estão relacionadas a manutenção de suas vidas com alimentação, moradia, vestimenta, saúde, segurança e emprego. A religiosidade humana fica de fora. Se preocupar com sua própria vida é natural ao ser humano. É por isso que todos se casam, tem filhos, estudam, trabalham e se relacionam uns com os outros. Não há como evitar a preocupação com a própria vida, do contrário, a miséria e a morte bateriam a porta. Se todos se esforçarem para vencer os problemas que são motivo de suas preocupações, mas sem deixar de colocar essas preocupações nas mãos de Deus, então a solução virá, sem que para isso, Deus seja esquecido e abandonado.

A insensibilidade humana em relação a presença de Deus e sua existência é extraordinária. Em razão dessa descrença e dessa falta de percepção, a espiritualidade e religiosidade no mundo está desandando, tornando-o como uma grande nação pagã, ou seja, sem Deus e destinada a trilhar seus próprios caminhos, como um grande e universal “filho pródigo”. Por mais que se fale de Deus, nas igrejas, nas reuniões religiosas, nas evangelizações, na catequese das comunidades, nos meios de comunicação e até mesmo na família, os educandos da fé tornam-se insensíveis a existência e presença de Deus. Não querem saber da atitude de voltarem para Ele, aderirem a fé e se converterem, muito menos de desejarem a graça da santidade para suas vidas. Hoje, mais do que nunca, se faz necessário que a humanidade comece a trilhar seu caminho de volta, percebendo que errou e precisa se reconciliar com Deus.

Deixar de crer na vida eterna se constitui como um grande mal para aqueles que se decidem a isso, pois não há sentido para a vida em coisas limitadas a este mundo. Mas, apesar disso, muitos preferem escolher negar essa vida e rejeitar qualquer ensinamento a seu respeito. Crer em Deus e na vida eterna é uma necessidade humana que jamais deveria ser deixada de lado ou esquecida. Essa crença deveria crescer a cada dia, no seio das famílias e das igrejas cristãs, mas o que se ver é desolador: Deus está sendo esquecido e ignorado. Por mais que se tente buscar o sentido para a vida em coisas terrenas, o verdadeiro sentido se sustenta na vida eterna, daí a necessidade de crer em Deus e na vida eterna, e viver de acordo com essa certeza.

Diante da infidelidade e falta de sinceridade religiosa de pregadores e sacerdotes no ensino da doutrina e de sua vivência, da falta de visão dos fiéis em enxergar neles pessoas enviadas por Deus para ensinar e fortalecer sua fé na prática, no estudo, na oração e na motivação, da falta de inteligência espiritual dos descrentes, a Igreja, em todos os seus níveis de evangelização, catequese e vida devem assumir seu papel, como anunciadores e vivenciadores convictos da fé, incentivando a conversão e a santidade dos fiéis. Estes fiéis, por sua vez precisam viver bem sua fé, com temor e convicção, na prática da religião, pelo estudo da sua doutrina, pela frequência as suas celebrações, pela oração diária e pela motivação mútua da fé. Quanto aqueles que não acreditam em Deus, mais cedo ou mais tarde terão sua inteligência espiritual despertada, mediante o testemunho de vida daqueles que estão ligados diretamente com a Igreja e com sua santidade de vida.