O Espírito Santo e seu poder na vida da Igreja


AUTOR: Edvan Sena

Em 06 de junho de 2020, as 12:16



Criação do mundo, inspiração dos profetas, reconhecimento dos erros, conversão dos pecados, concessão dos dons, produção de frutos espirituais, salvação e santificação das almas, realização de milagres. Mais alguma coisa? Parece pouco? Apesar de muitos acreditarem que o mundo surgiu por si mesmo, que a concepção de erro é relativa, que o ser humano, por sua própria capacidade pode deixar de errar, que a conversão, por representar mudança de vida, pode acontecer pelo próprio esforço humano, que os dons que se possui são alcançados pelo próprio esforço, que os frutos gerados na vida de cada um são consequência dos dons pessoais e, por isso, aquele que o produz se constitui como autor e digno dos direitos de receber todo crédito, que a salvação se consegue pelo único e próprio esforço humano, que a santificação representa uma condição tipicamente humana, de se comportar bem, agindo de acordo com as leis humanas e divinas, independentemente de qualquer força ou poder místico, que os milagres são habilidades humanas de conseguir dominar sua aura, sua química, a força de sua mente, o controle de sua personalidade, de sua energia interior, de sua inteligência emocional e espiritual, o Espírito Santo é o grande responsável por tudo isso. Muitas são as formas de tentar subtrair o poder do Espírito Santo na história da humanidade e da Igreja, na vida do ser humano e nas obras que se realizam, mas a realidade demonstra que não há nada como Deus e que, as obras que Ele realiza é incompreensível aos olhos humanos.

Parece algo um pouco apelativo, mas não é, a ideia de que o Pentecostes sempre existiu na história do universo e da humanidade. Esse fato, na vida humana, representa o derramamento do poder do Espírito Santo, na vida da Igreja, algo até então, desconhecido pela humanidade, na sua vida religiosa, mas revelada, por meio de Jesus Cristo, depois de sua ascensão ao céu. O derramamento do Espírito Santo sobre os apóstolos, a ponto de possibilitar a liberação de dons tão extraordinários, mesmo que esses apóstolos fossem pessoas de instrução ignorante, desprovidos das habilidades cognitivas aceitáveis no mundo das pessoas cultas, algo que alguém versado na cultura humana das elites sociais deveria possuir, como habilidades adquiridas em escolas de oratória e de linguística, revelou o grande poder de Deus, capaz de contrariar as concepções humanas a respeito da aquisição da habilidade de se expressar em línguas estrangeiras, sem que para isso tenha frequentado nenhuma escola de linguística, e com a habilidade superior a de alguém que frequentou a escola de oratória.

O que aconteceu no dia de Pentecoste não foi algo manifestado pelo uso de uma pílula da inteligência, muito menos de chip de inteligência artificial implantado no cérebro dos apóstolos, nem foi implantado nenhum chip de comando no cérebro daqueles que se converteram, ao ouvir a pregação do Apóstolo Pedro. Tudo foi obra do Espírito Santo. Qual a probabilidade de um ex-pescador que decidiu seguir a um Homem rejeitado pela sua própria religião, converter a uma tão grande multidão, apenas com uma única pregação, numa praça pública, onde existiam pessoas de diversas nacionalidades e de diversas culturas religiosas? Praticamente, nenhuma, mas o que aconteceu foi extraordinário. O que aconteceu de fato?

O Espírito Santo, não agiu somente na vida dos apóstolos e, naquele momento. Aquele momento não foi inusitado. O Espírito Santo agiu no ser humano como sempre havia agido antes. Primeiro chamou todos os que deveriam se converter, aquela praça, depois colocou-se em seus corações, deixando-os sensíveis a sua graça. E ao ouvir a pregação de Pedro, que foi conduzida pelo Espírito Santo, esse mesmo Espírito agiu em seus corações, para começarem a entender a mensagem, sentirem essa mensagem modificando sua cosmovisão de vida e, por esse mesmo Espírito, dizerem sim, ao chamado a conversão. Parece simples? Tente dissuadir uma pessoa a respeito de suas crenças e persuadi-lo a aceitar uma crença diferente. É fácil? Agora, um discurso para quase três mil pessoas, não é um milagre? Sim, claro que sim. O Espírito Santo é Expert em realização de milagres.

Veja-se os milagres que Ele fez: criação dos anjos, criação do mundo espiritual, criação da matéria, criação do mundo material, criação de todos os seres vivos, inclusive o homem, conversa milagrosa entre Deus e Adão, retirada de Abraão do meio da cultura pagã, proteção do povo de Deus contra grandes e poderosos povos, salvação de profetas, concessão de profecias, fertilidade de mulheres estéreis, ressurreição de mortos, arrebatamento de escolhidos, cura de doentes, expulsão de demônios, concepção de Jesus Cristo no seio da Virgem Maria, sem a intervenção humana, libertação de presos, de cadeias de fugas impossíveis, imunidade ao fogo, imunidade ao veneno, proteção contra o ataque de animais ferozes, multiplicação de alimentos, obrigação de prostração de ídolos, por intervenção divina, ação de animais como se fosse seres humanos, controle da água e dos ventos, transformação de alimentos, bloqueio das ações diabólicas no mundo e sua expulsão dos céus, concessão de força descomunal, controle e sustentação do universo, transubstanciação de alimento no Corpo de Jesus, entre outros. Tudo o que Deus Pai e Deus Filho fazem, fazem-no por obra e poder do Espírito Santo, que também faz parte da divindade do Pai e do Filho e, com o qual se comunica e comunica-os um ao outro.

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, o Espírito Santo é a Alma da Igreja. Ora, sem alma não há condição de existir vida. Então, sem o Espírito Santo não tinha condição de a Igreja de Cristo existir, manifestando-se de forma que o mover do Paráclito determina. Veja-se as condições em que ficaram os discípulos de Jesus, depois de sua morte. A tristeza e o medo eram tamanhos que todos estavam escondidos. O que imaginavam todos? Se os perseguidores de Cristo foram capazes de matá-lo, como não teriam coragem de matar seus discípulos? Esse medo os aterrorizava, a ponto de colocar-se como um empecilho à missão que deveria continuar. Assim, essa Igreja parecia estar sem alma. Parecia que, como Cristo morreu, com Ele morreu também, sua Igreja.

Mas, ao seu tempo, assim como Cristo, a Igreja ressuscitou e como Cristo, recebeu o Espírito Santo. Como o primeiro homem criado recebeu o sopro que lhe deu vida, a Igreja recebeu o sopro que lhe concedeu o poder de viver neste mundo, agindo pela obra e pelo poder do Espírito Santo. O Pentecostes representa o marco histórico desse sopro que, algo que nunca mais deixaria de acontecer. Daí, todos os cristãos vivem na graça de ação do Espírito Santo. Então, tudo que se fala do Divino, toda ação que conduz ao bem, toda comunicação com Deus, todas as conversões, todas as habilidades religiosas, toda forma de santidade na Igreja provém de um só Espírito e, por conta disso leva para o Eterno.

Portanto, hoje e sempre, deve-se existir uma busca incessante, da ação do Espírito Santo, para que Ele possa indicar o melhor caminho, a melhor ação, a melhor espiritualidade, a melhor forma de viver a doutrina da salvação. Muitos se perdem, por não pedirem a ajuda do Espírito Santo na sua prática vivencial. Preferem viver de acordo com suas próprias aspirações e desejos, acreditando-se detentores de uma autonomia salvadora de sí próprio, de acordo com as conveniências do momento


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Referências: